Retrômobilismo#39: Levei famílias por mais de 20 anos! Você me conhece, sou a Ford Belina!


A data era Março de 1970. O primeiro lançamento dos anos 70 era a perua Belina, derivada do sucesso Corcel. Assim como o irmão também foi sucesso de vendas! Em seu primeiro ano de mercado vendeu mais de 7.400 unidades que se caracterizava pelo seu desempenho fraco e por ser silenciosa, de boa suspensão e muito econômica. O motor era o mesmo do Corcel, o 1.4 que rendia 68cv (brutos) de potência, números que não eram suficiente ao peso da Belina e carregada então não era nada veloz, mas o consumidor da época não ligava para potência, onde os números eram maiores que a sua única rival até então, a Volkswagen Variant que você viu ontem no Retrômobilismo. A foto principal do post é da versão especial que a Ford lançou em 1972, onde as laterais e traseira ganhavam adesivos que imitavam madeira jacarandá, além de pneus com faixa branca com típico desenho americano.


A Belina foi sempre um carro confiável e durável que assim como o Corcel ajudou e muito na sua imagem como produto. Tanto, que ainda em 1972 a fábrica da Ford atingia a histórica marca de 1.000.000 de veículos fabricados no país e a linha Corcel era a grande contribuinte para isso, com a gama mais completa de versões de carroceria do País. Em 1973 a Ford dava um bom tapa no visual da linha Corcel, onde a Belina ganhava nova frente totalmente renovada, mas lateral e traseira quase não mudava. No mesmo ano a Ford colocava o motor 1.4 do Corcel GT XP que passava a render 85cv brutos de potência, que não melhorava muito, mas já ajudava no desempenho da Belina. Já em 1975 a Belina ganhava algumas mudanças no interior, bem como uma leve mudança na grade dianteira que passava a ser interligada aos faróis bem como as lanternas que agora eram divididas pela abertura do porta-malas e ficavam um pouco maior.


Mas era em 1978, um ano depois do Corcel, que chegava ao Brasil a Belina II que mudava por completo. As linhas mais retas faziam alusão ao que tinha de mais atual na época que ficava maior nessa geração, bem como as portas que eram enormes e pesadas, tanto para o Corcel como para a Belina, o que era mais reclamado pelos donos, algo que perduraria até o fim de sua produção. Eram tão compridas que o cinzeiro para os passageiros do banco traseiro alojava-se nelas! Na nova geração permanecia o motor 1.4 que passava a render 89cv de potência e 10kgfm de torque, motor que não tinha como meta principal o motor, mas estava voltado para a economia. Chegava a velocidade máxima de 135km/h e ia de 0 à 100km/h em 23 segundos. No ano seguinte chegava a opção 1.6 que rendia 90cv de potência e torque de 11kgfm de força, acoplado a um câmbio manual de 5 velocidades, novidade presente apenas no Alfa Romeo 2300 na época. Com esse motor a Belina e o Corcel iam de 0 à 100km/h em 17 segundos com velocidade máxima de 145km/h.


Em 1980 chegava ao mercado a opção 1.6 movida a álcool, muito elogiado na época graças a sua facilidade em partidas a frio e tinha motor mais suave que os rivais da época. Ainda novidade, a nova geração da Belina tinha maior espaço interno que sua antecessora e também era mais bonita e moderna do segmento. O vidro lateral traseiro era enorme e por isso tinha ótima visibilidade e dependendo da versão, o vidro poderia ser subdividido, havendo um vidro menor e basculante. Em 1981 a Belina ganhava boas mudanças como o novos para-choques, novos bancos com encostos, novo painel de instrumentos e suspensão retrabalhada com componentes emprestados do recém-lançado Del Rey, que aumentavam o conforto na station. Já em 1983 era lançada a Belina Scala, derivada do Del Rëy tinha a mesma frente do sedan, que convivia com dois designs diferentes, um com frente do Corcel e outra com a do Del Rëy. A Scala ficou conhecida como Belina Del Rëy e na traseira tinha visual diferente, como as lanternas que voltavam a invadir a tampa do porta-malas, diferenciando da Belina derivada do Corcel.


Já em 1985 a Belina ganhava mais algumas mudanças visuais, dessa vez ficando com a mesma frente do Corcel com novos faróis, frente mais inclinada, nova grade dianteira horizontal e painel de instrumentos, o mesmo do Del Rëy mais básico. Também ganhava a opção 4x4, que o fazia única no segmento com a tração, bem como a picape Pampa, mas esse sistema apresentou problemas como o óleo que caía sobre as rodas segundo o teste de Longa Duração da Quatro Rodas da época, o que acabou afetando a durabilidade e a confiança nessa versão, que saiu de cena em 1987. Falando em 1987, com a saída de cena do Corcel em 1986, os derivados do cavalinho da Ford como a Belina e a Pampa passaram a ser derivados do Del Rëy. Assim a Scala saía de cena, já que a Belina passava a ser derivado do Del Rëy. Já em 1989 a Belina passava a ter o mesmo motor 1.8 AP da Volkswagen, fruto da parceria com a Volkswagen (Autolatina)


O 1.8 tinha comando de válvulas no cabeçote, o mesmo que equipava todos os tração-dianteira da linha VW. Esse motor era muito bom para a Belina mas era tarde demais. A Belina saía de linha dois anos depois, em 1991 dando espaço ao projeto bem mais moderno, a Royale, derivada do Versailles, mas que nem de longe teve o mesmo sucesso da Belina. Nas vendas a Belina se deu muito bem. A Belina somou 419.757, em seus 21 anos de mercado. Sua imagem no mercado era de um carro íntegro, confiável e duráveis desde 1970 até 1991, com mais de duas décadas de mercado nacional.


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